Prof. Rui
ATIVIDADE 03 - 4º BIMESTRE - SOCIOLOGIA
1º SERIE A,B E C ENSINO MÉDIO SEMANA 03 A 06 DE Novembro
Raça e Etnia
Caros alunos! Nesta aula vamos Compreender a ideia de raça e etnia
Questão da raça e da etnia
Saiba mais sobre os conceitos de etnia, de raça e como o problema ético-racial está inserido na sociedade!
A ideia de raça existe há muito tempo, desde o processo de neocolonização dos continentes africano e asiático, e serviu para estabelecer diferenças e hierarquias entre os grupos humanos a partir de suas características biológicas. A ideia de etnia, por sua vez, foi definida a partir das práticas sócio-culturais e históricas dos diferentes grupos, o que permite ressaltar e evidenciar a diversidade cultural.
Desde muito cedo, temos acesso e conhecemos a diversidade existente entre os seres humanos. Podemos notá-la andando pelas ruas e notando as diferenças entre as pessoas ou assistindo a filmes e programas na TV, lendo revistas, sites e redes sociais, por exemplo.
Notamos, assim, que entre as pessoas existem diferentes traços, formatos dos olhos, do nariz ou da boca, assim como diferentes cores de pele, cores e formatos de cabelo, além dos mais variados tipos de roupas e adereços, músicas, hábitos.
Essas diferenças podem ser notadas no contexto de uma mesma cidade ou país, mas ficam ainda mais evidentes quando pensamos nos diferentes países e os diferentes grupos culturais existentes ao redor do mundo. Mas você já parou para pensar que, além das diferenças entre as pessoas e culturas, existem também diversas formas de entender e tratar essas diferenças? Ou seja, as diferentes etnias e raças existentes no planeta são vistas, tratadas e valorizadas, de formas diferentes. Você já parou pra pensar por que isso acontece?
A ideia de raça
A crença de que alguns povos são superiores a outros existe desde a Antiguidade, mas sofreu transformações ao longo do tempo. Ideias como povos bárbaros x povos civilizados, por exemplo, já existem desde a Grécia Antiga, e é partir de ideias como essa que se elabora a perspectiva de alguns povos seriam “passíveis de dominação”.
Essa justificativa foi utilizada no período das Grandes Navegações, quando navegadores de alguns locais da Europa – principalmente Portugal e Espanha – iniciaram o processo de colonização de outras terras e continentes, sobretudo o continente americano.
A ideia de raça surgiu posteriormente, no século XIX, a partir da crença de que existiriam estruturas biológicas distintas entre “conquistadores” e “conquistados”. Ele serviu para justificar ações do passado, como a escravização de africanos, e outras que estavam em curso, como o imperialismo sobre os países africanos.
Sendo assim, os povos colonizados passaram a ser considerados “raças inferiores”, ao passo que os colonizadores se consideravam “raças superiores”. Neste sentido, podemos considerar que a ideia de raça surge para justificar e legitimar o processo de colonização e as relações dominação imposta aos chamados “povos conquistados”.
Muito do que vivemos hoje quanto à questão étnico-racial na nossa sociedade, tem relação direta com este processo iniciado há séculos atrás. Foi a partir de tais acontecimentos que a população mundial, os diferentes povos e culturas existentes, foram divididos e distribuídos em hierarquias de acordo com sua proximidade com as características das chamadas raças superiores. E na medida em que se diferenciavam deste modelo, eram vistos como inferiores.
Essa forma de ver e julgar os diversos grupos foi, pouco a pouco, sendo naturalizada a partir de diversos processos históricos, sociais e políticos, e permeia até hoje a visão da maioria das pessoas. As características físicas, os traços fenotípicos, assim como as manifestações e produções culturais e de conhecimento dos grupos que se diferenciam do padrão europeu, geralmente, são considerados inferiores.
Nesse sentido, muitos dos racismos, preconceitos e discriminações observadas em relação aos diferentes grupos têm relação com essa forma de ver o mundo e dividir os seres humanos iniciada com as colonizações.
O conceito de etnia
Atualmente, por outro lado, há a tentativa de reconhecer e ressaltar a diversidade humana. A partir disso, temos o conceito de etnia, que procura abordar a dinâmica da interação entre os diferentes grupos e povos que compõem a população mundial. Entende-se por etnia o conjunto de seres humanos que partilham diferentes aspectos culturais e sociais, como a linguagem e a religião, por exemplo.
Enquanto o conceito de raça parte da ideia de distinção entre os grupos a partir de diferentes origens biológicas, o conceito de etnia refere-se às práticas socioculturais e históricas dos diferentes grupos, o que permite deslocar a explicação biológica da questão.
Sendo assim, fazer parte de uma etnia diz respeito à consciência de pertencer a uma determinada comunidade com a qual possui identificação a partir da cultura e das interações socioespaciais vivenciadas naquele âmbito, que moldam a visão de mundo e a maneira de se enxergar e se relacionar neste mundo.
Fonte: SILVA, Helvecio da.
O menino marrom. Disponível em: https://bit.ly/2lcKNAr
Nesse sentido, podemos dizer que o termo etnia possibilitou combater a ideia equivocada de que existiriam “raças superiores” e “raças inferiores” já que, em vez de carregar o sentido biológico, o conceito de etnia enfatiza a cultura e a questão da diferença cultural, favorecendo e exaltando a diversidade cultural existente.
É importante ter em vista, no entanto, que ainda que os diferentes termos permitam este deslocamento de interpretação em torno da diferença e diversidade humana, não é difícil nos depararmos com manifestações racistas, xenofóbicas e etnocêntricas ainda nos dias atuais. Por outro lado, existe também uma maior preocupação em torno da preservação das diferentes culturas advindas das diferentes grupos e etnias.
No Brasil a diversidade étnica é enorme. São contabilizados, aproximadamente, 238 etnias indígenas, por exemplo, o que deixa evidente a enorme diversidade existente em nosso país. Além dos povos indígenas originários deste território, temos também as/os negras/os e brancas/os compondo a grande maioria da população brasileira, oriundos de diversos países, etnias e culturas, e que, em sua grande maioria, também são oriundos também do processo de colonização.
Em 1937 foi criado o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) com o objetivo de proteger os bens de natureza material e imaterial que fossem portadores de referência à identidade, à ação e à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira.
A criação deste órgão é indicativo da mudança de perspectiva acerca da diversidade étnica e cultural do país e do reconhecimento desta como nosso patrimônio, que merece – e deve – ser preservado e transmitido. E, para fortalecer ainda mais este intuito, em 2010 foi promulgada a Lei nº 12343 que instituiu o Plano Nacional de Cultura, cujo objetivo é proteger e promover a diversidade cultural brasileira.
Atividade : Responda questões de alternativas no link Abaixo
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