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Arte - 9ºs Anos - Linguagem da Música Parte 2

Prof. Flávio

Linguagem da Música – Parte 02


Bom dia! Para a continuação da aula anterior, peço a leitura do texto “Essa mistura dá samba!” do Livro Por toda Parte – 9º Ano, págs 204 à 206.

Essa mistura dá samba!

No Brasil, quando algo tem chances de se concretizar, popularmente dizemos que “vai dar samba”. Na tradição popular, foram muitas as vezes em que a mistura de culturas e a participação coletiva deram bons sambas!

O Carnaval é um bom exemplo desse encontro de sucesso. Ele traz em seu nome a origem europeia, pois era uma celebração ligada ao calendário religioso durante a Idade Média. De fato, podemos encontrar marcas culturais ainda mais antigas, mas foi a Igreja Católica que firmou a comemoração nos dias que antecedem a Quaresma, que perduram até os dias de hoje.

Com o tempo, o Carnaval trazido ao Brasil pelos portugueses começa a misturar às culturas indígenas e africanas. Ele se espalha pelas ruas e pelos salões com sua música, dança e fantasias.


Na obra Carnaval em Madureira, de Tarsila do Amaral, essas misturas são bem destacadas. Observe as figuras que compõe essa tela. Podemos identificar a presença das origens africanas, as bandeiras e os enfeites de cabeça, o ambiente popular e, ao mesmo tempo, uma réplica cenográfica da Torre Eiffel, uma casinha embandeirada e um dirigível pendurado.

A Torre Eiffel é uma marca emblemática de Paris, cidade francesa que exerceu grande influência na arte brasileira. Da Europa, importamos o modelo moderno do Carnaval, com desfiles e carros alegóricos.

Entretanto, antes de esse modelo chegar ao Brasil, o carnaval agitado ao som do samba não era visto com bons olhos pela elite brasileira.

Chiquinha Gonzaga, um dos grandes nomes de nossa música, é um exemplo de artista que conseguiu entrar para o gosto das classes mais abastadas, mas não sem resistência. Um caso emblemático refere-se à sua obra Corta-Jaca, ou Gaúcho, de 1914. Convidada a participar de um sarau por Nair de Tefé (1886-1981), esposa do então presidente Hermes da Fonseca (1885-1923), no Palácio Presidencial do Catete, Chiquinha Gonzaga preparou a composição Corta-Jaca, com letra de Tito Martins e Bandeira de Gouvêa, para ser acompanhada ao violão por Tefé.

A música trazia o ritmo do maxixe, mal visto por sua dança ser considerada demasiada sensual para os padrões da época. Veja a má repercussão do evento nas palavras do intelectual e então senador Ruy Barbosa (1849-1923):

[...] A mais baixa, a mais chula, a mais grosseira de todas as danças selvagens, a irmã gêmea do batuque, do cateretê e do samba. Mas nas recepções presidenciais o corta-jaca é executado com todas as honras de música de [Richard] Wagner, e não se quer que a consciência deste país se revolte, que as nossas faces se enrubesçam e que a mocidade seria! [...]

O gosto pelo Carnaval, no entanto, acabou atingindo todas as classes sociais, e hoje o espetáculo carnavalesco da cidade do Rio de Janeiro é o maior do mundo.

O movimento hip-hop também tem sua origem na cultura popular, mas das grandes cidades e em uma época não muito distante. Nos Estados Unidos, na década de 1960, ele emergiu como uma reação à violência sofrida e ao descaso com as classes social e economicamente menos favorecidas. As culturas afro e latina da cidade de Nova York mesclaram-se e criaram uma cultura das ruas, pela qual a arte se mostrou abertamente e deixou suas marcas.

Assim, os jovens das grandes cidades de todo o mundo encontram no hip-hop a forma de expressão urbana que lhes permite extravasar suas ideias. No Brasil, o movimento se fortalece principalmente nos bairros periféricos e locais onde a população se encontra em situação de vulnerabilidade social, isto é, sem condições razoáveis de qualidade de vida e sofrendo múltiplas pressões a que são expostas diariamente.

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Muito bem! Após a leitura, vamos debater o texto e pensar na aula que assistimos no CMSP.

Lá as professoras falaram da dimensão social e ética da música.

Então posso dizer que a arte, e neste caso a música, vão muito além de gostar ou não de determinado estilo.

O samba não era totalmente aceito por alguns grupos da sociedade brasileira da época.

O Hip-hop também está relacionado com uma questão social.

- Então, quero propor que escrevam sobre isso. Quais gêneros musicais sofrem preconceito hoje na opinião de vocês?

Para escrever, pensem nos seguintes tópicos:

- Grupos sociais representados pelas músicas.

- Visibilidade deste grupo através do fazer artístico.

No caso de dúvidas, por favor, perguntem nos grupos de whatsapp ou pelo email fliviobr@gmail.com

Espero que estejam todos bem!

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